A primeira
vez que ouvi falar de Frank Ocean foi na colaboração com Kanye West e Jay Z em ‘No
Church in the Wild’, do disco ‘Watch the Throne’. Depois, fiquei sabendo (muito
por alto) de Ocean saindo do armário. Acompanhei conforme seu disco (o primeiro
por uma gravadora, depois de ‘Nostalgia, Ultra’, lançado de forma independente),
‘Channel Orange’, aparecia na lista de melhores de 2012 e, por fim, acompanhei
o próprio artista em uma apresentação no Grammy, sua noite de consagração na
indústria.
Essa
introdução é para dizer que finalmente parei para ouvir ‘Channel Orange’. E
fiquei viciado. Acordo com ‘Forrest Gump’ na cabeça; sinto ‘Lost’ como uma
convocação a dançar; lamento junto com o cantor a intolerância em ‘Bad Religion’;
chego a ouvir algumas músicas em looping. O fascínio se dá, especialmente, pelo
clima melancólico que Ocean traz para o R&B. Não é simplesmente hip hop. É soul
com um eletrônico minimalista, influências de jazz-funk, um tom psicodélico e
minha nova paixão, o dubstep, numa criação homogênea em estilo e personalidade,
apesar do passeio por ritmos e climas.
Há firulas. ‘Start’, ‘Fertilizer’,
‘Not Just Money’, ‘White’ (com John Mayer) e ‘End’, não me dizem absolutamente
nada. Mas as outras 12 faixas compensam a “sobra” estilística. Entre as
dançantes, além de ‘Lost’, há as batidas ‘Crack Rock’ e ‘Sweet Life’ e o hip hop eletrônico ‘Pyramids’. Faixas
soul um pouco menos aceleradas, mas ainda boas para pistas e agitos, há ‘Golden
Girl’, ‘Super Rich Kids’, ‘Pilot Jones’, ‘Monks’ e a imbatível ‘Forrest Gump’. Da
turma dubstep vem ‘Thinkin about you’ e ‘Sierra Leone’, enquanto as melancólicas
‘Pink Matter’, que tem participação de Andre 3000 e a já citada ‘Bad Religion’,
nos levam a lamentar junto com Ocean.
Arrebatador.
PS: Como se
não fosse o bastante, Channel Orange também é uma ótima trilha para namorar. ;)