Gilberto Gil: Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo
Uma vez eu tive o privilégio de encontrar Gilberto Gil ao
vivo. Pude entrevistá-lo num Tá na Área da Copa de 2010, no SporTV. Até então,
conhecia pouco da obra do homem. Mas quando ele entrou no estúdio, senti uma
energia diferente. Senti que estava diante de alguém muito especial. E não
apenas por sua simpatia, elegância e importância, mas por algo que não se vê,
algo que ele carrega consigo.
Gil é quase uma divindade, uma entidade. Sua energia, sua
presença, sua classe. Sem dúvidas, um sujeito elevado.
Fora sua qualidade e relevância para a música brasileira (e
mundial). Ver Gil ao vivo, portanto, é testemunhar não só um monstro, como um
monumento, e um pedaço da história da música. Sem dúvida, é um dos grandes.
O show com a orquestra sinfônica de Salvador e os homens das
cordas (Bem Gil na guitarra e violão, Nicolas Krassik no violino e Jaques
Morelenbaum no tchello – fazendo também as vezes de maestro nas músicas que não
toca) e do ritmo (o percussionista Gustavo Di Dalva) é simplesmente arrebatador.
Os arranjos das músicas que combinam violão e instrumentos da orquestra são de
uma beleza de cair o queixo.


Aos 70 anos (idade que ele não parece ter de jeito nenhum) e em plena atividade, Gil mistura erudito, folclórico, regional, tradição, raiz,
África, Europa e Nordeste, e sem nenhuma necessidade, prova uma vez mais o
que já sabemos.
Que é um homem muito especial.