38.
O Mestre – 25/01 – Cinema
Paul Thomas Anderson, Joaquin Phoenix, Philip Seymour
Hoffman, Amy Adams e Jonny Greenwood. É uma seleção em campo
para trazer às telas a jornada de Freddie Quell (Phoenix), um ex-combatente desajustado,
alcoólatra e completamente perdido na vida e no mundo que encontra em um culto
um lugar ao qual pode pertencer.
Joaquin
Phoenix é um verdadeiro furacão. Vê-lo em cena com outra força da natureza, Phillip
Seymour Hoffman, é antes um privilégio, transformado em prazer e em aula de composição de personagem. Freddie e Lancaster Dodd se
encaram como indivíduos que se identificam, se reconhecem, e entre encontros e
desencontros (emocionais e físicos) desenvolvem uma afeição e admiração
não-verbalizada um pelo outro. Fechando o trio principal de atores, Amy Adams
aparece menos, mas exala algo de Lady Macbeth.
A
fotografia é linda e a reconstituição de época é assombrosa. Quando vemos Freddie trabalhando como fotógrafo, por um momento não parece que estamos vendo um filme de 2012 que se passa nos anos 50, mas sim um filme dos próprios anos 50 com uma definição de imagem fantástica para a época.

MEMO:
Lancaster Dodd (Hoffman) interrogando Freddie em sua iniciação no culto; a cena
dos dois na cadeia, com Joaquin Phoenix possuído; e a cena (que parece saída de
‘De Olhos Bem Fechados’) em que Freddie passa a enxergar todas as mulheres da
sala nuas, num reflexo de sua condição psicológica em relação ao sexo.