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Canto Último
o poeta corre
o homem dorme.
e pra que poesia?
uma por dia
por um dia
todos os dias a alegria
de ser criador
escritor de si mesmo
em versos modestos
e pretensos
intensos
versos imensos
do tamanho que quiseres;
abraços da liberdade
da palavra
poesia para viver
dia a dia
pintar e escrever
a fantasia
e lembrar, e dizer
a melodia
dos verbos
dos nomes
dos fatos
retratos
dos dias desta vida
das vidas deste ano
cantos da madrugada
solitárias noites passadas
esperançoso futuro
luminoso além deste muro;
o salto
o voo
a arte
a poesia do fim do dia.
o homem corre
o poeta agora dorme.