1.
Hahaha – 02/01 – Cinema
O
filme tem uma proposta interessante com o encontro de dois amigos retratado por
quadros parados da conversa enquanto as narrativas dos dois em suas viagens são
contadas em flashback, sem os dois se tocarem em momento algum que cruzaram o
caminho das mesmas pessoas e, por pouco, não deram de cara um com o outro. No
entanto, nesse clima de conversa de bar, as histórias emulam uma simplicidade
de acontecimentos que, pra mim, não gerou grande interesse.
MEMO:
Memorável e a fala que um dos protagonistas ouve de um herói histórico da
cidade durante um sonho: ‘Escreva um poema por dia’. Peguei pra mim.
2.
Entre o amor e a paixão (Péssimo título em português para ‘Take this waltz’)
– 02/01 – Cinema
Atriz
em crescimento exponencial, Michelle Williams merece aplausos. Não só pela
atuação neste filme, mas pela carreira que vem traçando, ora com trabalhos de
qualidade em produções maiores (o vindouro ‘Oz: Mágico e Poderoso’, ‘Sete dias
com Marilyn’); ora trabalhando com grandes diretores (‘Brokeback Mountain’, de
Ang Lee; ‘Ilha do Medo’, de Scorsese; ‘Sinédoque, Nova York’, a estreia de
Charlie Kaufman na direção); ora estrelando produções independentes (‘Namorados
para Sempre’; ‘Não estou lá’) caso desse segundo filme dirigido pela também
atriz canadense Sarah Polley.
Amargo,
indie e fofo, ‘Take this waltz’ aparentemente traz uma visão menos romântica do
casamento, mas seu principal objetivo é discorrer sobre a insatisfação, sobre o
medo do ‘In Between’ que apavora Margot (e talvez muitos outras mulheres e
homens do mundo moderno de forma geral).
Um
drama humano com uma pegada realista, mas ainda assim com um colorido todo
especial e algumas cenas memoráveis. E é sempre bom encontrar Seth Rogen.
MEMO:
Daniel (Luke Kirby) diz a Margot (Michelle) o que faria com ela na cama; a cena
do passeio no brinquedo ao som de ‘Video killed the radio star’; a fala de
Gerry, personagem de Sarah Silverman: ‘A vida tem uma lacuna. Deixe de tentar
preenchê-la como uma maluca’; e especialmente (ALERTA
DE REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO!) a cena com a música de Leonard Cohen que
dá nome ao filme, acompanhando com um giro contínuo de 360º ao redor da sala de Daniel os
momentos do novo casal com direito a beijo, muito sexo, experiências sexuais,
carinho e terminando com os dois em silêncio na frente da TV.
3.
Holy Motors – Cinema – 02/01
Um
filme como eu, pessoalmente, nunca tinha visto. Um misto absolutamente
fantástico de surrealismo com poesia, ousadia, sonho, crítica, metalinguagem e,
talvez acima de tudo, cinema. Perde um pouco do ritmo com a proximidade do fim,
mas trata-se de uma experiência única.
É
provocador e poético e Denis Lavant é simplesmente um animal. Um sujeito de
meio metro de altura dando uma aula de atuação com pleno domínio de voz, corpo,
caracterização e capaz de literalmente se transformar em um empresário, uma
velha mendiga, um herói de filmes de ação, um assassino, um pai de família, um
velho à beira da morte...
MEMO:
Entre grandes momentos, toda a sequência do Senhor Merd; toda a sequência das
coreografias de Motion Capture; os dois momentos musicais (o dos acordeons na
igreja e a cena cantada com Kylie Minogue); a surreal sequência inicial, que parece
saída de um sonho, em que o próprio diretor Leos Carax acorda em um quarto de
hotel, desvenda o papel de parede em forma de floresta e acaba chegando ao
cinema, que passa a refletir o próprio cinema.
4.
O Abrigo – 02/01 - DVD
Honestamente,
esperava mais. Michael Shannon é fera e a história de paranoia pode até evocar
o comportamento da sociedade americana pós-11 de setembro, mas a tensão não
chegou do lado de cá. A construção da narrativa através da piora no estado de
Curtis (Shannon) pode ser ela mesma um retrato da experiência do espectador,
que acompanha a história sem saber se o homem é um esquizofrênico ou se de fato
está prevendo uma apocalipse por vir. Esse paralelo é bacana. Mas a expectativa não se concretiza a
contento e por vezes o próximo passo do roteiro é previsível.
MEMO:
(ALERTA DE REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO!) Curtis e
Samantha (Jessica Chastain) contemplam a tempestade vindo e a visão de Curtis
se tornando real.