Encruzilhada

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Um poema por dia - 02/06 - Canto do renascimento, 27 anos depois

02/06

Canto do renascimento, 27 anos depois

Aos amigos,
bem-vindos! Aos queridos,
partidos, por vindos,
minha palavra:
de que não posso falar de jornada
que não seja minha própria estrada;
não digo o que deve ser
tampouco o que será;
escrevo que pude ver
anseio pelo que virá;
compartilho e lhe peço um abraço.
O abraço me é muito caro,
quando inteiro, completo, é raro;
teu carinho comigo, sozinho,
tão sozinho
que não sabes nem nunca saberás;
agradeço como posso, como consigo
e tento, me ponho a sonhar mais
sonho demais
por saber, saber de menos
pouco, nada, a voz calada
e pensamentos soltos
revoltos
errados de erro inocente
de não ser meu o que tenho
em mente, em sangue, onde mais?
Sou preso. em preconceito e desprezo
escondido de todos
atrás de um sorriso
atrás de um juízo.
Sou entre sol e noite,
entre forca e açoite;
insone deitado, sonhando acordado,
acomodado e atormentado
tenho estado
estacionado e impregnado.
E por que não podemos ser melhores?
E por que temos que ser melhores?
Porque não basta, nunca basta
o que nos resta, o que nos cerca...
quero que passe,
quero o impasse.
Quero liberdade
daqui, de tudo;
liberdade tardia, que me chegue um dia
pois espero de esperança
desejo como criança
viver poesia
um pouco de cada dia;
viver a poesia de viver
lutar, lutar, sempre lutar
não para ganhar ou para vencer,
lutar para não perder
para não perder
o tempo, sempre ele, o tempo
dilacera o coração
possuído de emoção
grito e peço
e me despeço
do eu que era,
de mim da terra;
vou voar, vou ver o mar
vou voar
debaixo da luz, de olho no sol
sabendo que contra o céu
mesmo em dia não se vê,
ao que a noite escura
muito faz aparecer;
desimportar, encorajar,
um bom lugar pra começar,
pra renascer.