21/06
O poeta ao sul
Enquanto a
noite é noite
Ainda que
não negra, azul
O poeta
caminha ao sul
Com
pensamentos voltados para seu povo
De anseios
difusos, confusos, obtusos;
Ao que o
brilho do céu alcança o mar,
Que não é
mar, é rio
O poeta vê o
desvio
No caminho
concreto
Ainda que de
traço incerto
Que o povo
trouxe pelos anos
E mesmo
longe, o poeta sente um fio de esperança
Pelo dia em
que recolher-se-á a lança
Num grito de
mudança
Que não
perca a temperança
Da
democracia tardia
Deste
gigante natureza
De inestimável nobreza e beleza;
Enquanto a
névoa estende seu véu no horizonte
O poeta
imagina uma ponte
Entre
passado, presente e futuro
Pensando que
é duro, mas puro
O caminho até
o outro lado do muro.