70.
Uma garrafa no mar de Gaza – 26/04 – cinema
Apesar
da premissa absurda – que talvez funcionasse melhor se toda a história adotasse
um tom fantástico – ‘Uma garrafa no mar de Gaza’ é simpático. Uma vez aceito
que uma garrafa lançada ao mar de Jerusalém pode ser encontrada, intacta, em
Gaza, embarcamos na história.
Trata-se
de um quase romance. Quase adolescente numa quase ingenuidade do tratamento da
questão política ‘Israel x Palestina’. A grande diferença: não se trata de um
filme americano. Assim sendo, esses ‘quases’ da co-produção
França/Canadá/Israel – baseada no livro homônimo de Valerie Zenatti – mais
ajudam do que atrapalham. O romance, por exemplo, não fica no quase porque os
dois personagens principais vivem à distância, mas sim porque a ligação entre
os dois tem um que de amizade com amor platônico.
Pondo em confronto duas visões de vida de dois lados opostos de um conflito, sem se aprofundar, no entanto, nas delicadas camadas políticas da questão político-religiosa-territorial local, o filme evoca uma dose de romance idealista suficiente para conquistar pela simpatia e adquirir seu valor pela visão esperançosa de um futuro melhor.
Apesar
de não se aprofundar no tema espinhoso, lembrou-me ‘Promessas de um novo mundo’,
este sim, um filmaço-aço.
MEMO:
Os bombardeios em Gaza ouvidos de dentro da casa de Naim são arrepiantes.