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Amor – 21/01 - Cinema
Um
filme singelo, uma obra pungente, crua ao falar sobre o cruel: o envelhecimento
e a morte. Uma experiência desgastante tamanha a competência de Michael Haneke
em inserir o espectador no apartamento de Georges e Anne. Estamos lá e somos
testemunhas da derrocada de Anne.
Silencioso, sutil e sensível em suas escolhas
hiper-naturalistas, Haneke constrói, com o auxílio indispensável de Jean Louis
Trintignant e Emmanuelle Riva, uma obra sobre o envelhecimento, triste porém quase
doce ao dispensar o melodrama e atentar para a constatação de que falar sobre
morte é também falar sobre vida.
Imperdível.
MEMO:
Em meio a um conjunto sublime, os momentos (em especial o primeiro) em que
Georges ajuda Anne a se locomover, abraçando-a, fazendo parecer que os dois
estão dançando ou, de fato, se abraçando, formando um belo quadro da vida na
velhice, a dois.