Translunar Paradise
Tempo de Duração: 70 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Direção: George Mann
Dramaturgia: George Mann
Elenco: Kim Heron, George Mann, Deborah Pugh
Até 9 mar 2013
dom, qua, qui e sex 19:00 (sáb 18h e 20h30)
dom, qua, qui e sex 19:00 (sáb 18h e 20h30)
Fica em
cartaz apenas até dia 9 de março, no CCBB o espetáculo Translunar Paradise. Montagem
do grupo londrino Theatre Ad Infinitum, a peça rodou festivais europeus e chega
ao Brasil comovendo sem palavras.
Em cena, a
história de um homem lidando com a perda de sua companheira de toda vida. Para a
encenação, George Mann (também autor e diretor do espetáculo) e Deborah Pugh misturam
mímica com ballet e teatro mudo, com um que ainda de teatro de máscaras por
conta da representação escolhida para os personagens enquanto idosos. Tudo ao
som da bela música quase minimalista de Kim Heron, toda vestida de preto,
usando apenas o acordeão e voz para suas interferências musicais e cênicas.
Abdicando de
palavras na busca por retratar o que não pode ser dito, ‘Translunar Paradise’ conta
uma história de amor comum, que pode evocar sentimentos de familiaridade em
diversas plateias ocidentais. George e Deborah quase literalmente se
transformam em cena, dando uma aula de expressão corporal e exibindo um domínio
técnico estupendo de interpretação, gesto, movimento e presença de cena.
A crítica
Barbara Heliodora escreveu que a linguagem escolhida pelo grupo não dá conta de
encenar a história contada. “A mímica tem limites e não serve realmente para
informar se estamos vendo lembranças da mocidade ou as tais figuras de um
paraíso de fantasias de que fala o programa”. Eu simplesmente me pergunto: e
realmente importa saber o que estamos vendo? Se fantasias de um homem que sofre
a falta da amada que se foi ou se um paraíso de lembranças de outros tempos?
Não poderias ser a mesma coisa as fantasias e as lembranças? Afinal, onde ficam
guardadas as memórias senão no próprio corpo, aí incluídos mente, coração e
alma?
Se você me
perguntar eu digo corra para o teatro. Este é um espetáculo delicado, sensível,
emocionante. E lindo.