Encruzilhada

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terça-feira, 5 de março de 2013

Filmes e Memorabilia 2013 - O amante da rainha


53. O amante da rainha – 20/02 – cinema


Se fosse feito nos Estados Unidos, ‘O amante da rainha’ seria um dramalhão de época. Passado na Dinamarca e falado em inglês. Como o filme que enfoca a união de uma inglesa com o rei dinamarquês na derrocada dos regimes absolutistas europeus é uma co-produção Dinamarca/Sueca/Rep.Tcheca, temos uma superprodução refinada, porém, mais interessante do que a grande maioria dos filmes ‘históricos’ feitos por Hollywood. E falado na língua local. ;)

Se fosse americano, o filme provavelmente traria um romance açucarado em primeiro plano e a instabilidade política como pano de fundo. Aqui, o romance não é açucarado, é ‘pé no chão’. Vemos os acontecimentos se desenvolverem sob o ponto de vista de Carolina (Alicia Vikander), a ‘mocinha’, progressista, leitura dos iluministas e ansiosa por mudanças; o ‘mocinho’ Friedrich Struensee (Madds Mikkelsen, sempre bom encontrá-lo) tem seus ideais, mas é pragmático. O que quero dizer é: em ‘O amante da rainha’, menos é mais. Tons menos exagerados contribuem para a construção de uma experiência mais honesta, humana e real.

Se estivéssemos falando de uma produção hollywoodiana, certamente questionaríamos um provável tom caricato dado ao rei Christian. Como não é o caso, resta-nos louvar a interpretação de Mikkel Boe Følsgaard e sua aposta em um tipo que poderia facilmente ser abordado de forma unidimensional, mas que se revela complexo, com uma infantilidade e um certo tom de melancolia que faz com que lamentemos por sua situação. Merece aplausos pela performance.

Não à toa, o ator recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim do ano passado, onde o filme ainda saiu premiado com o Urso de Prata de Roteiro para Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg.

MEMO: REVELAÇÕES DO ENREDO! – Friedrich realizando que não foi perdoado e que está, na verdade, a caminho da forca.